A cola é uma manifestação clara da desagregação moral
Em países onde há mais cola nas salas de aula também há mais desonestidade
Gustavo Ioschpe
A cola na escola: problema também na vida adulta (Thinkstock)
O efeito mais nefasto da falta de ética de nossas escolas é que seus profissionais transferem para os alunos e suas famílias a razão do insucesso da própria escola. Pesquisa da Unesco com 17 000 estudantes e 1 300 professores mostra que os “mestres” culpam o aluno (39%) e seus pais (24%) quando ele repete o ano. Só 1,9% dos professores culpa a si mesmos (referências completas em twitter.com/gioschpe). E, o que é pior, os alunos introjetam esse fracasso. Em pesquisa com cinco escolas públicas, 90% dos matriculados na 4ª série (gente de 10 anos!) diziam que se algum dia repetissem o ano a responsabilidade seria sua(!). Eis o cúmulo da atrocidade: não só nossos profissionais da educação vitimizam seus alunos, mas ainda conseguem transformar as vítimas em algozes. Nossas escolas, que deveriam incutir o apreço pela conduta reta, viraram instâncias preparatórias para o mar de sem-vergonhice que assola nosso país.
Comentário:
A cola nas provas é uma coisa de, digamos, " malandragem" . E todos sabem que não é uma boa idéia colar. Mesmo assim muitos dão aquela espiadinha na prova do outro ou num papelzinho com as respostas. Colar não é só uma forma desonesta de tirar nota boa mas também, é uma terrível falta de ética. Uma forma ridícula de tirar nota boa porque, vai precisar muito das matérias, no vestibular, na faculdade, e no trabalho. E mesmo assim, o que adianta copiar a resposta do colega se ela estiver errada?