domingo, 7 de junho de 2015

Assunto: Saúde e bem-estar - 2° bimestre

04/06/2015 20h39 - Atualizado em 04/06/2015 21h00

Primeiro transplante de crânio e couro cabeludo é feito no Texas

Cirurgia feita em maio levou 15 horas e contou com mais de 12 médicos.
Médicos consideram esse o 1º transplante do tipo com doador humano.

Do G1, em São Paulo
O paciente de transplante Jim Boysen sorri em coletiva de imprensa no Hospital Metodista de Houston nesta quinta-feira (4) (Foto: Mayra Beltran/Houston Chronicle/AP)      O paciente de transplante Jim Boysen sorri em coletiva de imprensa no Hospital Metodista de Houston nesta quinta-feira (4) (Foto: Mayra Beltran/Houston Chronicle/AP)
Um desenvolvedor de software de 55 anos de Austin, cidade americana do estado do Texas, se tornou o primeiro paciente do mundo a receber um transplante de crânio e couro cabeludo. A cirurgia foi feita há duas semanas por equipes do Hospital Metodista de Houston e pelo Centro de Câncer MD Anderson, segundo informou a agência Associated Press.
No ano passado, médicos na Holanda já haviam substituído a maior parte do crânio de uma mulher por uma réplica feita de plástico, em uma impressão em 3D. Porém, a operação feita no Texas é considerada o primeiro transplante de crânio e couro cabeludo vindo de um doador humano, e não um implante artificial, ou uma peça elaborada artificialmente.
Ferimento após câncer
Jim Boysen recebeu o transplante depois de sofrer um grande ferimento na cabeça, em decorrência de um tratamento de câncer. Ele também recebeu um rim e um pâncreas novos, e deve ter alta do hospital nesta quinta-feira (4).
Em entrevista à AP, Boysen afirmou que se surpreendeu com o fato de os médicos terem encontrado um doador com cor similar à sua pele e ao seu cabelo. "É meio chocante, na verdade, como eles acertaram. Eu vou ter muito mais cabelo do que quando eu tinha 21 anos", brincou ele durante a entrevista.
Boysen teve câncer anos depois de passar por um transplante de rim e pâncreas, em 1992, parte do tratamento de diabetes que ele sofria desde os cinco anos de idade. Como precisou tomar muitos medicamentos para prevenir a rejeição dos órgãos, o americano ficou mais susceptível a câncer, e, segundo a AP, acabou desenvolvendo um tipo raro da doença: o leiomyosarcoma.
A terapia de radiação para tratar o câncer acabou destruindo parte de sua cabeça, e as drogas de supressão imunológica impediram que seu corpo se recuperasse. Então, seus órgãos transplantados começaram a falhar, o que, nas palavras do paciente, configurou uma situação de "tormenta perfeita, que impedia o ferimento de se curar".
Como os médicos não poderiam submeter o paciente a outro transplante de rim e pâncreas enquanto a ferida estivesse aberta, Jesse Selber, cirurgião de plástica reconstrutiva do Centro MD Anderson, teve a ideia de dar ao desenvolvedor de softwares um novo crânio parcial, e couro cabeludo.
Cirurgia de 15 horas
O transplante levou 15 horas e contou com mais de uma dúzia de médicos e 40 outros profissionais de saúde. Além da inserção do novo crânio e do couro cabeludo, os médicos precisaram implantar pequenos vasos sanguíneos por toda a extensão do transplante, para não inviabilizá-lo.
A recuperação de Boysen, porém, aconteceu mais rapidamente do que o esperado pelos médicos. "Ele [médico] estava fazendo um teste todos os dias, e eu disse: 'Ai, eu senti isso'. Ele meio que pulou para trás", disse o paciente em entrevista coletiva no Hospital Metodista de Houston.
Após a alta, o desenvolvedor terá que permanecer em Houston durante mais duas ou três semanas para novos exames.
Comentário: 
O que falta? Um transplante de cérebro? Talvez seja o único órgão que não pode ser transplantado.
Nem imagino como retiraram o crânio do indivíduo sem haver danos cerebrais, como já disse aqui uma vez, a tenologia atual até nos assusta. Também não imagino o que se deve sentir depois de uma cirurgia arriscada de 15 horas. É como se o paciente estivesse morto  temporariamente. Que continuemos nesse caminho de cirurgias revolucionárias.

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